10.09.2007 O parto.

Pelas 09,35h da manhã dou entrada na maternidade com uma certeza, dali já não saio sem ser com a minha menina nos braços!

Tomo um comprimido que me ajuda a acelerar o parto, já estou com 2 dedos de dilatação e 80% do colo do útero apagado. Faço CTG que acusa algumas contracções. Saio do edifício com ordens para caminhar e voltar 20-30 minutos depois para saber se já há sala de partos disponível para mim.

As contracções regulares vieram pouco tempo depois, uma vaga para mim, no bloco de partos é que tardava.

Desesperei naqueles corredores com dores, revolta por me induzirem o parto sem ter uma sala para mim. Andava de um lado para o outro agarrada ao meu marido e ás paredes, já com uma bata vestida e quarto... nada! Só chegavam pedidos de desculpa porque "há cesarianas de urgência", ou porque "já está a sair uma mãe e vão desinfectar o quarto", ou então porque "voltou a haver uma cesariana de urgência"... E eu??? num total abandono no corredor de urgência!

Adiante, cerca das 14h, com contracções regulares de 3 em 3 minutos, e a poucos segundos de perder a cabeça e começar a gritar e insultar tudo e todos, levam para cima! Qual não é o meu espanto quando me colocam numa sala provisória a fazer CTG, já estava por tudo, queria mesmo era uma cama para me deitar, recuperar forças e começar a concentrar-me na respiração e manter a calma.

15h: Chega a anestesista.

Round2. trim trim!

Dos três pontos possíveis de injectar a analgesia não houve um em que a Sra. conseguisse colocar o catéter. Valeu-me que já estava anestesiada, senão...

Veio uma 2ª anestesista, que depois de ver a colega a tentar vezes sem conta, se ofereceu para colocar o catéter e conseguiu-o logo à 1ª tentativa! Bendita epidural, relaxei, acalmei-me de toda a falta de profissionalismo ali presente.

Cerca das 16,30h apareceu uma enfermeira que me fez o toque, arregaçou as mangas, lamentou o facto de não estar numa sala de partos, mas já estava em fase de expulsão, por isso "mãos à obra", improvisou todo o espaço, desde a mesa para observação da menina à esterilização do espaço envolvente. Finalmente tinha encontrado uma mulher despachada sem medo de trabalhar.

O meu marido, sempre ao meu lado, emocionado com a eminente chegada da filha. Uns quantos puxões, e já se via a cabeça, trazia uma circular no pescoço - nada que atrapalhasse a experiente enfª, outros tantos puxões, e às 16,45, nasceu a Eva, com um apgar de 9-10, 3020gr e 47,50cm.

Não foi como tinha sonhado, senti-me esquecida naqueles corredores, senti-me privada de cuidados básicos, mas quando vi a minha filha, ultrapassei tudo.

O meu anjo finalmente ao meu lado.

A felicidade é imensa, indescritível!